Chuvas no Sul e atraso da soja elevam riscos para o milho
Análise alerta para riscos climáticos no milho
Foto: Pixabay
Segundo análise divulgada nesta segunda-feira (3) pela Grão Direto, o principal ponto de atenção para o milho é o risco climático imediato na Região Sul. As lavouras do Paraná, que até então se desenvolviam em condições “quase perfeitas”, com 98% consideradas boas, estão agora na rota de chuvas excessivas, com previsão de volumes acima de 120 milímetros. De acordo com a análise, “esse volume extremo de água pode causar perdas significativas no stand das plantas e impactar o desenvolvimento das lavouras”.
O segundo foco de risco, segundo a Grão Direto, é o impacto do clima sobre a safrinha de 2026. O atraso no plantio da soja no Centro-Oeste, provocado por períodos de seca e calor, deverá resultar em colheita tardia da oleaginosa. O cenário, conforme a análise, “empurra o plantio do milho safrinha para fora da janela climática ideal, elevando o risco de perdas por seca”.
A demanda interna deve continuar sendo o principal fator de sustentação dos preços do cereal no país. A disputa entre as usinas de etanol e o setor pecuário pela matéria-prima tende a manter as cotações aquecidas tanto na B3 quanto no mercado físico. A Grão Direto destacou que “os preços devem permanecer descolados das pressões da safra recorde americana, mais dependentes das necessidades da indústria local”.
Na avaliação da empresa, o comportamento recente dos preços reflete a complexidade do mercado. “A semana foi um exemplo da formação de preços influenciada por fatores globais”, afirma o relatório, citando o corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos e o acordo comercial com a China. Segundo a análise, enquanto as cotações em Chicago subiram, a competitividade brasileira foi afetada pela queda dos prêmios de exportação. No caso do milho, “a força da demanda interna por etanol e ração mostrou-se um pilar mais sólido do que o mercado externo”.
A Grão Direto orienta que o produtor mantenha atenção às oscilações do mercado e aos custos de produção. “Acompanhe as cotações e, ao identificar um valor alinhado à sua margem sustentável, aproveite a oportunidade”, recomenda a análise, destacando a importância da gestão de custos, câmbio e prêmios para assegurar a rentabilidade.